
Estamos no início de novembro, e a serra da Lousã que há muito a encantou já vive o fim da brama. O nevoeiro adensa-se aqui e desaparece acolá. Esse misticismo leva-a a percorrer os locais que já conhece, bem nem todos, porque o dilúvio alargou os buracos já antigos de algumas estradas que se seguem ao baloiço do Trevim. Grandes crateras continuam na estrada que segue até ao Planalto do Santo António da Neve, com a sua charmosa capela, mandada construir por Julião Pereira de Castro, neveiro-mor da casa Real. Parece que ouve a voz, de um feiticeiro, trazida pelo vento “You shall not pass”. Obedece. Lembra-se do acontecido em 2018, também em novembro, em que aprendeu para que servia um cárter de óleo de carro… Volta para trás e segue uma estrada nova, que não costuma seguir. Segue devagarinho e de repente vê-os. Fica felicíssima, já sabia que existiam na serra, mas nunca os tinha avistado – corços, Capreolus capreolus. Nem pensa duas vezes e coloca a máquina fotográfica em modo automático para não perder a oportunidade de os fotografar, e talvez por isso a focagem fica muito má. Não ficam muito tempo, e sobem escondendo-se entre a vegetação. O contentamento é grande, mas continua a viagem devagarinho.
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